Resumo
O gesso utilizado como molde na indústria cerâmica, após algum tempo de uso, deverá ser substituído, tornando-se a sucata de gesso, um resíduo de difícil destinação final. Todavia, esse resíduo é um subproduto industrial com potencial de ser empregado em solos agrícolas como corretivo da acidez e fonte de nutrientes, com destaque ao cálcio, enxofre, magnésio e em menor grau o potássio. Portanto, este trabalho tem por objetivo avaliar a sua utilização em solos agrícolas, de forma sustentável e sem agressões ao meio ambiente. Quantidades crescentes deste produto foram misturadas a um solo ácido, umedecido e deixado em incubação durante 15 dias. Após este período as amostras foram secas ao ar, peneiradas e analisadas nas suas propriedades químicas. Pelos resultados, pode-se inferir rápida e eficiente reatividade na correção da acidez do solo e crescente liberação de seus componentes (Ca, S, Mg e K). Concluiu-se que este resíduo, quando já não é possível a sua reutilização, poderá ser disposto em solos agrícolas desde que utilizado nas quantidades recomendadas como corretivo da acidez. Considerando as modificações nas características químicas do solo como corretivo e portador de nutrientes, optou-se pela verificação de algum efeito fitotóxico que por acaso poderia ocorrer com o resíduo durante os vários processos industriais a que é submetido, principalmente ao permanecer em contato com os componentes que originam a peça cerâmica e responsável pela sua ação neutralizante e fonte de Mg e K. Para tal efeito foi utilizado como planta teste, a alface, sensível à presença de substâncias fitotóxicas, em ensaio em vasos, com doses crescentes de gesso. Constatou-se resposta positiva de produção de massa vegetal, até a dose correspondente a 10 t ha-1 sem nenhum sintoma de fitotoxidez.
Palavras-chave: sucata de gesso, efeitos no solo e planta, alface.
ABSTRACT
Gypsum used as molds in ceramics industry must be replaced after some time of utilization becoming, thus, a waste product, a difficult final destination residue. This residue, however, is shown to be an industrial by-product with potential to be employed in agricultural acid soils as acidity amendment and nutrients source, especially of calcium, sulfur, magnesium and, in smaller degree, of potassium. This issue proposes to evaluate its utilization in agricultural soils as sustainable form out of environment aggressions. Increasing quantities of this gypsum waste were mixed to some acid soil, moistened and left in incubation during 15 days. After that, samples were air dried, sifted and analyzed in its chemical qualities. By the results, a quick and efficient reaction on soil acidity correction and growing liberation of his components (Ca, S, Mg and K) could be inferred. It can be concluded that, whenever it is not possible its reutilization in ceramics industry, this residue can be placed in agricultural soils, since recommended quantities for soil acidity amendment are followed. Considering the modifications in soil chemical quality as acidity corrective and nutrients contents, this issue chose to verify some possible fitotoxic effects that may occur in the residue during the several industrial trials to which it is submitted, mainly when in contact with components that originated the ceramics pieces, responsible by loading it amendment action and Mg and K source. For such, lettuce was used as a plant test because of its sensitiveness to the presence of fitotoxic substances. They were put in pot tests with gypsum waste increasing quantities. A positive answer of vegetable production mass corresponding to 10 t ha-1 out of visual fitotoxic symptoms was evident.
Key words: gypsum residues, effects on soil and plants, lettuce.
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