PREVENÇÃO E COMBATE À QUEIMADAS: TRABALHO E PERCEPÇÃO DA BRIGADA DE INCENDIO DO PARQUE NACIONAL DO CAPOARÓ
Sâmia D’Angelo Alcuri Gobbo Ricardo Ferreira Garcia Fernando Coelho Eugenio
Resumo
Este estudo teve como objetivo identificar as variáveis envolvidas no trabalho da Brigada de Incêndios Florestais, visando obter informações da percepção dos brigadistas que atuam no Parque Nacional do Caparaó (PARNA-Caparaó). Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas com aplicação individual de questionário aos 21 brigadistas atuantes na brigada. De acordo com os resultados, observou-se que todos são moradores do entorno, possuem amplo conhecimento do terreno e grande experiência nas atividades de combate aos incêndios. A brigada conta com recursos materiais que julgam satisfatórios. O tempo médio de participação na brigada é de seis meses, 19% já atuaram mais de duas vezes como brigadistas e também como voluntários, fatores que contribuem positivamente para o bom desempenho dos trabalhos. Para 86% dos entrevistados, o uso do fogo é comum na região, destacando maior freqüência nos meses de agosto a outubro. Em relação às causas, 76% apontam limpeza de terreno e 85% vandalismo. Quanto ao local de origem do fogo, 13% tiveram início dentro do PARNA-Caparaó e 97% no entorno. Com relação ao incêndio dentro do parque, 100% consideram criminoso. Os trabalhos preventivos citados foram aceiro, conscientização junto aos proprietários, visitas às propriedades e distribuição de folhetos explicativos. Conclui-se que embora em menor proporção, o fogo continua sendo constante na região, o que reforça a necessidade de um trabalho mais intenso entre produtores rurais do entorno do parque, em associação aos seus gestores e demais instituições co-responsáveis pela preservação deste rico patrimônio natural.